sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

MULHER

Doce é o sabor da mulher que se aceita como mulher.
Essa mulher sabe que ninguém tem o poder de lhe tirar o seu poder.
Não permite que outra mulher a fira por não conseguir gostar de si, deixa as palavras de ciume e inveja soltas no vento sem permitir ser ferida por elas.
Sente o aroma de partilhar momentos com o seu homem sem prisões de manipulações, não é presa porque não prende.
A mulher que sabe o que é ser mulher não pretende ser dona de nada nem ninguém, pois não pertence a nada nem a ninguém.
A mulher que em algum momento sentiu o doce sabor de ser mulher dança na Vida consciente que tudo ficaria em desiquilibrio sem a sua existência.
Esta mulher não se humilha debitando palavras, é o exemplo dessas palavras.




Lua de prata.
Minha Lua selvagem
Como adoro a solidão
que sopras na minha cara
e me faz sorrir em plenitude

A tarde daquele principio de outono caía devagarinho sobre a cidade.
Olhava o Tejo e serenava , deixando que o seu olhar se perdesse naquela estrada de prata que se estendia a seus pés.
Suspirou calmamente...sorvendo placidamente a magia daquele momento tão íntimo, sentindo o toque sensual da brisa na sua pele.
O seu porte altivo chamava a atenção. Sentia os olhares de quem passava por ali na azáfama quase aflitiva de quem só pensa em chegar a casa depressa.
O desejo no olhar dos homens, a inveja no olhar das mulheres.
Qual a diferença entre desejo e inveja?
Ambos querem algo que não têm.
Quantas vezes não é o desejo de um homem a inveja de não poderem possuir, e quantas vezes não é a inveja das mulheres o desejo de quererem ser mais do que conseguem ser?
Voltou as costas ao Tejo, sentou-se num pequeno paralelipipedo de cimento e observou quem a olhava.
Homens altos, baixos, gordos, magros tão diferentes mas tão iguais.
 Homens mal amados, com olhares perdidos no tempo em que acreditavam que encontrariam a mulher que os amasse, sempre pronta a dar sem nada pedir...uma mulher que não pede,é porque não ama.
 O amor semeia-se e colhe-se na mesma proporção, quando não é assim, é possivel que se esteja a falar de muito, mas nunca de amor.
Sempre achou interessante o fetiche masculino de adorarem "mulheres dificeis". Não compreendem que uma mulher só "é dificil" quando não quer.
Enfim...esse será um problema que a mente masculina terá de resolver...
Mulheres altas, baixas, gordas, magras tão iguais mas tão diferentes.
Mulheres de olhar cansado, com pele prematuramente enrugada. Mulheres que após um dia de trabalho fora de casa, corriam agora para os seus lares cientes do grande numero de horas que as esperava como grilhões, antes de poderem atirar o seu corpo transpirado de cansaço na cama sem perfume.
Mulheres que amavam principes que apareceriam nas suas vidas surgidos do nada, numa manhã de nevoeiro. Mulheres que não sabem amar homens  reais porque estes não sabem amar mulheres reais.
E assim girava a tarde repleta de olhares perdidos, sedentos do dia em que de novo se encontrariam.
O que  não sabiam é que esse encontro só iria acontecer no dia em que se encontrassem consigo próprios.
Ouviu o som do telemóvel.
Atendeu.
"Estou?"
Ouviu em silêncio durante alguns segundos.
E respondeu serenamente:
"Acabou. Não volto. Já te disse que só quero encontrar a esquina onde me perdi. Faz o mesmo..."
Desligou sem ouvir o que lhe continuavam a pedir.
Levantou-se devagar. Anoitecia.
O Tejo vestia-se agora de negro, preparando-se para a festa com as estrelas.
Suspirou calmamente...sorvendo placidamente a magia daquele momento tão íntimo, sentindo o toque sensual da brisa na sua pele.
E seguiu olhando em frente.
O seu porte altivo chamava a atenção.
Perdeu-se na noite mas perdeu-se consigo...nunca se poderia perder com ninguém que não fosse ela própria, pela simples razão de que só ela própria a poderia encontrar.












terça-feira, 19 de fevereiro de 2013




POEMAS DE RUMI

"Sofreste em excesso
por tua ignorância,
carregaste teus trapos
para um lado e para outro,
agora fica aqui.

Na verdade, somos uma só alma, tu e eu.
Nos mostramos e nos escondemos tu em mim, eu em ti.
Eis aqui o sentido profundo de minha relação contigo,
Porque não existe, entre tu e eu, nem eu, nem tu."


Oração da paz - Oração de S. Francisco de Assis

Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz;
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver erros, que eu leve a verdade;Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;Onde houver desespero, que eu leve a esperança;Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;Onde houver trevas, que eu leve a luz.Ó Mestre, fazei com que eu procure mais consolar,que ser consolado;Compreender, que ser compreendido;Amar, que ser amado;Pois é dando que se recebe;É perdoando, que se é perdoado;E é morrendo que se vive para a vida eterna.